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Guillaume de Machaut – O Maior Compositor Medieval
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 Música medieval

Guillaume de Machaut – O Maior Compositor Medieval

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Bejís Medieval: El traje de los músicos en el S.XII

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Música no Tempo



 Conceitos atrelados à música no tempo

 Humberto Oliveira.

 

 

 

Introdução

 

A música é a mais antiga forma de expressão que permeia as dimensões da existência humana, possivelmente mais antiga que a linguagem. Etimologicamente o vocábulo música procede da língua grega “μουσική τέχνη” a arte das musas, constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizado ao longo do tempo. É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Atualmente não se conhece nenhuma civilização que não possua manifestações musicais próprias. A música pode ser considerada uma forma de arte quê alimenta o ego. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo. Para ser compreendida é preciso um conceito claro sobre o que é música. Contudo, á música não poderá ter uma definição objetiva, pois conserva um caráter de abstração, o que a torna algo sem uma definição fechada ou precisa. Uma arte Efêmera sem corpo físico flutuante no tempo e espaço. Embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana. A música, como manifestação estética trata-se de uma concepção amplamente difundida, na qual a música é entendida como uma complexa organização dos fenómenos acústicos com o objetivo de alcançar um fim estético.

Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, sejam festivas ou rituais religiosos. Segundo alguns autores de todas às artes à música é a mais antiga, pois, antes que o homem pudesse pintar esculpir escrever ou projetar algo, ele já podia produzir e apreciar os sons da natureza. Estudos arqueológicos mostram que desde a pré-história os seres humanos fabricam instrumentos musicais. Contudo, provavelmente, o primeiro instrumento musical utilizado pelo homem foi sua própria voz. Pode-se deduzir através de vários achados arqueológicos que desde que o homem aprendeu a articular os primeiros sons e se comunicar, também aprendeu a cantar e fazer música.

Isso porque desde os primórdios do homem a música estava profundamente associada com rituais religiosos, onde os mortos eram homenageados. Deduz-se que o principal instrumento musical dessas cerimônias fúnebres era a voz humana porque, além do som musical, a voz humana é o único instrumento que pode articular palavras.  Até hoje nas danças rituais dos índios americanos, dos aborígenes na Austrália, dos índios brasileiros e outros povos autóctones, o canto acompanhado por tambores e chocalhos é o fio condutor do ritual. Devido a essa capacidade de aliar melodia (música) e mensagem (palavra), simultaneamente, a voz humana pode ser considerada o instrumento musical mais completo de todos. Por isso, até hoje a música cantada é privilegiada nos cultos religiosos do mundo todo.

Além disso, a voz humana consegue fazer um “glissando” perfeito, ou seja, deslizar cromaticamente por várias notas (como uma flauta, um violino etc.) Isso porque a voz é um “instrumento” não temperado, ou seja, sem afinação fixa.  Essa característica da voz é, ao mesmo tempo, uma vantagem e uma desvantagem. Vantagem porque se pode cantar qualquer melodia no tom que desejado. É desvantagem porque, por não ter afinação fixa (temperamento), com isto o risco de desafinar com facilidade são maiores. É impossível saber como foram produzidos os primeiros instrumentos musicais e quem teve pela primeira vez, a ideia de usar uma cumbuca para fazer um chocalho ou de bater no casco de uma tartaruga para conseguir algum som. A data e a origem do primeiro aparelho considerado como instrumento musical é objeto de debates. Arqueologistas tendem a debater o assunto referindo a validade de várias evidências como artefatos e trabalhos culturais.

O que é notório e discutido entre os arqueólogos é que a música surgiu há muito tempo, pois existem peças de mais de 70 mil anos a.C que provavelmente foram usadas como tambores. A flauta primitiva quer provavelmente originou as flautas modernas, por sua vez, é conhecida como o primeiro instrumento da humanidade, existente em todas as culturas primitivas. Em pinturas das cavernas, que datam de 60.000 anos a.C., foram descobertos vários desenhos de flauta e apitos. As primeiras flautas mais pareciam apitos, pois só tinham um orifício; eram feitas da tíbia de animais ou de humanos.

Com sua evolução através dos tempos, surgiram outros instrumentos de sopro como o oboé, o fagote e flauta doce.  Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma atividade que se baseasse na organização dos sons.  A música como manifestação estética trata-se de uma concepção amplamente difundida, como exemplo desta concepção pode ser encontrado deste o Faux-bourdon que é uma técnica de harmonização musical usada na alta idade média e baixa renascença da música medieval até as estruturas microcontrapontísticas de Ligeti, passando pela elaboração expressiva dos intervalos musicais no modalismo de Monteverdi até os estudos dos timbres com Debussy.

Definir a música não é tarefa fácil porque apesar de ser intuitivamente conhecida por qualquer pessoa, é difícil encontrar um conceito que abarque todos os significados dessa prática. Mais do que qualquer outra manifestação humana, à música contém e manipula o som e organiza-o no tempo. Talvez por esta razão pareça que a música está sempre a fugir a qualquer definição, pois, quando procuramos uma perfeita definição à música já se modificou e já evoluiu. E esse jogo do tempo é simultaneamente físico e emocional. Como "arte do efémero", a música não pode ser completamente conhecida e é por isso que é tão difícil enquadrá-la num conceito simples.

Um dos poucos consensos é que a música consiste numa combinação de sons e de silêncios, numa sequência simultânea ou em sequências sucessivas e simultâneas que se desenvolvem ao longo do tempo. Neste sentido, engloba toda combinação de elementos sonoros destinados a serem percebidos pela audição.  Isso inclui variações nas características do som (altura, duração, intensidade e timbre) que podem ocorrer sequencialmente (ritmo e melodia) ou simultaneamente (harmonia). Ritmo, melodia e harmonia são aqui entendidos apenas no seu sentido de organização temporal, pois a música pode conter propositadamente harmonias ruidosas (que contém ruídos ou sons externos ao tradicional) e arritmias (ausência de ritmo formal ou desvios rítmicos). 

É nesse ponto que o consenso deixa de existir. As perguntas que decorrem desta simples constatação encontram diferentes respostas, se encaradas do ponto de vista do criador (compositor), do executante (músico), do historiador, do filósofo, do antropólogo, do linguista ou do amador. Contudo as perguntas a respeito. Isso inclui variações nas características do som (altura, duração, intensidade e timbre) que podem ocorrer sequencialmente (ritmo e melodia) ou simultaneamente (harmonia). Ritmo, melodia e harmonia são aqui entendidos apenas no seu sentido de organização temporal, pois a música pode conter propositadamente harmonias ruidosas (que contém ruídos ou sons externos ao tradicional) e arritmias (ausência de ritmo formal ou desvios rítmicos).  É nesse ponto que o consenso deixa de existir. As perguntas que decorrem desta simples constatação encontram diferentes respostas, se encaradas do ponto de vista do criador (compositor), do executante (músico), do historiador, do filósofo, do antropólogo, do linguista ou do amador. Contudo as perguntas a respeito da música logo nos levarão a questão controversa: A música existe antes de ser ouvida? O que faz com que a música seja música é algum aspecto objetivo ou ela é uma construção da consciência e da percepção? Da diversidade de interpretações e também das diferentes funções em que a música pode ser utilizada, conclui-se que a música não pode ter uma só definição precisa que abarque todos os seus usos e géneros.

Todavia, é possível apresentar algumas definições e conceitos que fundamentam a "história da música" em perpétua evolução. O campo das definições possíveis é na verdade muito grande. Há definições de vários intelectuais pensadores e músicos, (exenplo Schönberg, Stravinsky, Varèse, Gould, Jean Guillou, Boulez, Berio e Harnoncourt), bem como de musicólogos como Carl Dalhaus, Jean Molino, Jean-Jacques Nattiez, entre outros.

No entanto, quer estas tenham sido formulados por músicos, musicólogos ou outras pessoas, dividem-se em duas grandes classes: uma abordagem intrínseca, imanente e naturalista contra outra que a considera antes de tudo uma arte dos sons e se concentra na sua utilização e percepção. De acordo com a primeira abordagem, a música existe antes de ser ouvida; ela pode mesmo ter uma existência autónoma na natureza e pela natureza. Os adeptos deste conceito afirmam que, em si mesma, a música não constitui arte, mas criá-la e expressá-la sim. Enquanto ouvir música possa ser um lazer e aprendê-la e entendê-la sejam fruto da disciplina, a música em si é um fenómeno natural e universal. Consideram ainda que, por ser um fenómeno natural e intuitivo, os seres humanos podem executar e ouvir a música virtualmente em suas mentes sem mesmo aprendê-la ou compreendê-la.

Compor, improvisar e executar é formas de arte que utilizam o fenómeno música. Sob esse ponto de vista, não há a necessidade de comunicação ou mesmo da percepção para que haja música. Ela decorre de interações físicas e prescinde do humano. Para outra corrente do pensamento humano, a música não pode funcionar a não ser que seja percebida. Não há, portanto, música se não houver uma obra musical que estabelece um diálogo entre o compositor e o ouvinte. Este diálogo funciona por intermédio de um gesto musical formante (dado pela notação) ou formalizado (por meio da interpretação).

Neste grupo há quem defina música como sendo "a arte de manifestar os afetos da alma, através do som". E se assim for, esta expressão dá-nos conta das seguintes características da música: música é arte: manifestação estética, mas com especial intenção a uma mensagem emocional; Música é manifestação, isto é, meio de comunicação, uma das formas de linguagem a ser considerada, uma forma de transmitir e recepcionar certa mensagem, entre indivíduos considerados, ou entre a emoção e os sentidos do próprio indivíduo que entoa uma música; Música é a ideia de que o som, ainda que sem o silêncio possa produzir música, o silêncio individualmente considerado não produz música.  Para os adeptos desta abordagem, a música só existe como manifestação humana. É uma atividade artística por excelência e possibilita ao compositor ou ao executante compartilhar suas emoções e sentimentos. Sob este ponto de vista, a música não pode ser um fenómeno natural, pois decorre de um desejo humano de modificar o mundo, de torná-lo diferente do estado natural. E, em cada ponta dessa cadeia, existe a presença do homem.